quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Méliès: o mágico
Antes do cineasta, havia Méliès, o mágico. Ele descobre a arte da magia em Londres, com 22 anos e prova ser um talentoso prestigiador. Se apresentou em vários estabelecimentos de Paris, alguns de grande renome. Nos espetáculos também aconteciam exibições de lanterna mágica, algo que encantava seu diretor. Jeanne D`alcy tornou-se a estrela do teatro. Além de seu tipo físico facilitar a realização dos truques, sua personalidade e carisma agradavam o público. Mais tarde, ela estrelaria os primeiros filmes de Méliès e se tornaria sua segunda esposa. Foi a experiência que Méliès ganhou em seus anos no teatro que possibilitou suas inovadoras trucagens em seus filmes, que foram incorporados a programação do teatro posteriormente. Incusive, foi neste teatro que Méliès inalgurou a primeira "sala de cinema", em abril de 1896, para exibição dos filmes feitos por ele com sua câmera. A partir disto, várias esquetes foram reproduzidas em película, como “A Lua a um metro”, dentre outros.
Nessa época, Méliès ainda trabalhava para seu pai, em sua fábrica de sapatos. O desejo de seu pai era aposentar-se e deixar o negócio nas mãos de seus três filhos. Porém, Méliès não possuía o menor interesse em continuar nos ramos. Embora trabalhasse de modo eficiente para seu pai e tenha prosperado os negócios da família, o única coisa que o interessava dentro do ofício era os conhecimentos sobre a mecânica e o maquinário das fábricas.
Assim, Méliès vende sua parte da herança e com o dinheiro compra o já célebre, no momento abandonado, teatro de magia e ilusão em Paris criado por Robert Houdin, que leva também seu nome. Isso foi em primeiro de julho de 1888, Georger tinha 26 anos. Foi diretor do teatro por 30 anos, e depois dele ninguém mais assumiu o posto. Hoje em dia o antigo prédio do teatro foi demolido dando lugar a outro edifício em Paris.
cartaz do teatro para uma noite com exibição da lanterna mágica
A carreira de Méliès no cinema é intrinsecamente conectada a sua carreira como mágico. Assim que comprou o teatro, Méliès reformou-o e passou a invertir em novos shows para aumentar o público, que no início era escasso. Assim começaram a ser criadas as grandes ilusões pelas quais ficou famoso. A arquitetura e planejamento do teatro facilitavam os espetáculos, já que Houdin o havia construído com extremo cuidado.
Seus shows eram sucesso de público e envolviam elaborados números e ilusões, que o transformaram em um dos maiores criadores de magia do século. Uma de suas inovações neste campo foi misturar magia e teatro em pequenas esquetes envolvendo vários mágicos dentro de uma pequena narrativa. O público era surpreendido por não só um, mas até 10 mágicos fazendo pequenos truques de uma vez no palco do teatro. Méliès também devenvolvia os cenários para tais cenas, e era ele quem idealizava todo o ato. Méliès se esfoçava para fazer jus àquele que nomeia seu teatro, Robert Houdin, mestre do ilusionismo moderno. Além disso, Méliès cuidava e resguardava várias invenções mecânicas de Houdin usadas para magia e seus autônomos.
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